quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Pausa natalícia d'O Protesto no JTM
No entanto, o "braço cibernáutico" d'O Protesto - isto é, este blogue - não pára, embora deva sofrer um significativo abrandamento durante esse período, mormente até ao dia de Natal.
Aproveito para desejar Boas Festas e Feliz Ano Novo a todos os leitores, visitantes e bloguistas de boa vontade!
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
O maior presépio de Macau?
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
O cubo e o ninho, Pequim
sábado, 13 de dezembro de 2008
Cenas tradicionais de Macau
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Wangfujing, Pequim
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Fazer opinião em Macau
No início do ano, quando o director deste jornal amavelmente me convidou para aqui escrever uma coluna semanal, eu sabia ao que vinha. Afinal, já escrevera inúmeros textos na imprensa de Macau ao longo da última década e colaborara várias vezes com a Rádio Macau, quer em programas regulares, quer em situações pontuais. Ora, quando uma pessoa se expõe desta forma perante um auditório razoavelmente alargado, a máxima “cada cabeça, sua sentença” encontra terreno fértil para florescer.
Se nem sempre é fácil ser-se franco nas relações pessoais, na comunicação social, então, esse “atrevimento” pode ser muito penalizante para o seu autor. Num meio pequeno como o nosso, ainda pior. Não é por acaso que os jornalistas locais se queixam tanto das resistências que encontram quando tentam recolher depoimentos sobre os mais diversos assuntos. A verdade é que as pessoas não querem, não gostam ou receiam falar.
Daí resulta haver um pequeno grupo de cidadãos que são os “bombeiros de serviço”: não só escrevem, frequentemente, crónicas nos jornais, como são chamados a opinar sobre tudo ou quase tudo. Independentemente da legítima gratificação pessoal que possam sentir por serem considerados vozes válidas nesta sociedade em que vivem, intervêm, antes de mais, por acreditarem que qualquer comunidade deve ser capaz de problematizar e debater as questões, só assim conseguindo evoluir saudavelmente. Procuram, então, dar o bom exemplo, em vez de se remeterem a uma cómoda e segura atitude passiva.
Depois, vem a reacção do costume, claro: «lá estão eles a se pôr em “bicos-de-pés”», «são sempre os mesmos», «querem é aparecer», «mas quem são eles para falar disto ou daquilo?» e por aí adiante. É o reino da maledicência, desporto em que, se os portugueses em geral têm grande fama, os de Macau são verdadeiros campeões. Façam disto um desporto olímpico e não faltarão candidatos às 150 000 notas que Guo Jing Jing e os seus pares receberam no Verão passado.
Isto recorda-me, por exemplo, um 10 de Junho em que fui convidado por um jornal para escrever um pequeno comentário alusivo à data. Escolhi falar de uma das coisas de que mais nos queixamos ano após ano: dos representantes do Governo português que aqui aterram de pára-quedas, pespegando-nos com discursos inenarráveis e fazendo promessas nunca cumpridas. E apelei a que houvesse outro empenho de Lisboa nas celebrações desse ano. Outras pessoas que receberam o mesmo convite optaram por falar do hastear da bandeira, do entoar do hino nacional ou das belas vistas da varanda da residência oficial do cônsul. Resultado: às palavras dos outros, ninguém se referiu; eu, pelo contrário, que disse o que tantos de nós pensam, tive direito a um editorial a me desancar!
Peguemos num exemplo bem mais sério: o caso Ao Man Long. Durante anos, ouvimos dois ou três deputados a se queixarem energicamente do que se passava com as obras públicas do território: orçamentos em derrapagem, ajustes directos questionáveis, auditorias que não se realizavam, etc. Chamaram-lhes tudo e mais alguma coisa. Se alguém como eu tivesse ousado pegar na caneta e escrever um artigo de opinião em apoio a essas vozes isoladas, teria sido crucificado, imagino. No entanto, em surdina, o ex-governante era já comummente alcunhado de “o pataquinhas”, tão generalizada que era a sua imagem de corrupto. Quando foi condenado, muitos dos que sempre haviam censurado a postura incisiva desses parlamentares apressaram-se a afirmar, em tom de grande sapiência, que a justiça funcionara e estava, assim, provado que o sistema funcionava mesmo! Tudo muito simples.
Falando, ainda, em governantes, dizia-me um amigo, um dia destes, que os Secretários do Governo que mais críticas recebem na Assembleia Legislativa são sempre os da Segurança e da Administração e Justiça, porque são os únicos que não têm subsídios para distribuir. E é capaz de ter razão, a avaliar pelas intervenções de alguns deputados, que mudam de tom de voz do dia para a noite consoante o Secretário que lhes aparece à frente no hemiciclo durante os debates das Linhas de Acção Governativa. Esta é outra das máximas de Macau: nunca criticar abertamente quem nos pode dar subsídios, por muitas asneiras que faça ou muito incompetente que seja. De preferência, critiquem-se os que os criticam...
Em suma, e perante este cenário que dificilmente melhorará num espaço de tempo previsível, restam-me duas opções: ou deixar de fazer opinião ou passar a escrever sobre gastronomia, paisagens, música, filmes, videojogos, o Burkina Faso ou outros temas do género (isto é, muito válidos, mas inócuos). De outra forma, arrisco-me a ser, cada vez mais, um proscrito, um indivíduo na “lista negra”, uma pessoa junto de quem não convém falar de certos assuntos e outros “piropos” que tenho ouvido por estes dias. Não é que não soubesse já, mas sempre esperei mais discernimento por parte de algumas pessoas. Deve ser da humidade...
O Protesto vai, agora, fazer uma pausa natalícia, regressando, expectavelmente, em meados de Janeiro. Os votos de um Santo Natal para todos os leitores de boa vontade!
PS: meu caro Marques da Silva, lamento imenso ter-te «pretensamente» elogiado na minha última crónica. Nunca pensei que um tributo público e sincero ao que acreditava serem as qualidades pessoais e profissionais de alguém pudesse ser tão mal interpretado ou constituir um problema. De facto, o meu quadro de valores deve andar completamente às avessas. Ou, então, sou muito ingénuo.
Nota: quero expressar o meu agradecimento ao Bairro do Oriente não só pela inclusão desta crónica nas suas «Leituras» da semana, mas especialmente pelas suas palavras de apoio na posta «A opinião e as elites». Espero regressar a este assunto nos próximos dias.
Lojas de informática em Hong Kong
Como já disse, o Golden é a "Meca" dos computadores, ao ponto de já o ter visto referenciado em publicações americanas do ramo, ainda que nem sempre pelas melhores razões (antigamente, era muito associado à pirataria informática). É muito fácil chegar lá a partir de Macau: ao desembarcar de jetfoil em Sheung Wan, na ilha de Hong Kong, é apanhar o metro (só há uma linha ali) e mudar em Central ou Admiralty para a linha vermelha, na direcção de Tsuen Wan. Depois, é só seguir o mapa acima, estar atento às estações e sair em Sham Shui Po. Aqui chegado, e para facilitar as coisas, convém ir para a rua pela saída D2, que vai dar exactamente ao cenário da foto abaixo: as entradas dos dois centros comerciais que ocupam praticamente todo o quarteirão vulgarmente designado por Golden.
Outra boa opção é o Mong Kok Computer Centre (saída E2 da estação de metro do mesmo nome), igualmente muito movimentado ao fim-de-semana.
Para quem tem fobia das multidões e não se importa de pagar um pouco (ou muito) mais, as alternativas a considerar são o Wan Chai Computer Centre (saída A4 da estação de metro do mesmo nome), a Windsor House (saída E da estação de metro de Causeway Bay, em direcção ao Victoria Park. Fica mesmo em frente à loja da Ikea) e a Star House, em frente ao Star Ferry de Tsim Sha Tsui (saídas C ou E desta estação de metro).
Todas as estações de metro relevantes estão assinaladas no mapa acima.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Lan, Pequim
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Formigueiro humano
Resultado: as ruas apresentavam o aspecto que se pode ver nestas duas fotografias - um verdadeiro formigueiro humano, tão compacto que a polícia teve que vedar a zona e controlar os acessos ao espaço onde decorria a feira tecnológica.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Livraria Bloom de volta
Cerejeira em Macau
domingo, 7 de dezembro de 2008
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
O artigo 23 na TDM
- Debate na Rádio Macau em 8 de Novembro
- Telejornal de 8 de Novembro (debate da Rádio Macau)
- Telejornal de 23 de Novembro (carta da ANMD)
- Telejornal de 23 de Novembro (manifestação)
- Telejornal de 24 de Novembro (Au Kam San na AL)
- Telejornal de 27 de Novembro (debate do Hoje Macau)
- Telejornal de 28 de Novembro (Associação dos Advogados)
- Telejornal de 29 de Novembro (debate da ANMD)
- Telejornal de 30 de Novembro (final da consulta pública)
Esta lista será actualizada sempre que estiverem disponíveis mais videonotícias no sítio da TDM na Internet.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
E agora?
Na sua recente passagem por Macau, Leung Kwok-hung, o polémico deputado do Legislative Council de Hong Kong mais conhecido por Long Hair, recordou que os habitantes da sua região administrativa especial só começaram verdadeiramente a reagir contra a prevista regulamentação do artigo 23.º da Lei Básica cerca de três meses após o projecto de Tung Chee Hwa ter visto a luz do dia. E assim sucedeu, de facto: o articulado foi apresentado em 24 de Setembro de 2002 e a sua primeira contestação nas ruas deu-se a 15 de Dezembro, num crescendo que culminou com a mega-manifestação de 1 de Julho seguinte. Afinal, e apesar de o documento de consulta do projecto de Macau não fazer, estranhamente, uma única referência ao frustrado processo legislativo de Hong Kong, talvez o nosso Executivo tenha mesmo tido em conta a malfadada experiência vizinha quando estabeleceu este apertado prazo entre nós... Foi isso que insinuou o Long Hair e tenho para mim que não andará longe da verdade, por muitas sondagens que andem por aí a “encomendar” aos kaifong e a outros.
Quanto às sugestões e comentários enviados para a página na Internet criada para o efeito pelo Governo, continuamos sem saber, no momento em que escrevo esta crónica, o que sucedeu no último dia de consulta, 30 de Novembro. Presumo que tenham, literalmente, “chovido” os contributos, uma vez que três dias úteis não foram ainda suficientes para a sua divulgação. A minha apressadíssima prestação (confesso) foi enviada a três minutos da deadline e sei de outros casos semelhantes. Esperemos, pois, que tudo seja tornado público até ao final desta semana.
Depois, haverá que aguardar (im)pacientemente pelo texto que vai dar entrada na Assembleia Legislativa. E será então que poderemos avaliar com maior justeza da boa fé dos nossos dirigentes quando decidiram levar a cabo a consulta pública. É que é relativamente fácil produzir um documento como aquele livrinho verde, imbuído de uma linguagem patriótica espúria em vez de aprofundar as explicações técnicas, organizar umas sessões públicas sujeitas a marcação obrigatória de lugar com uma semana de antecedência – até para intervir, Santo Deus! –, divulgar num website as notícias saídas nos jornais e os comentários recebidos, introduzir duas ou três alterações mínimas ao projecto original, enviá-lo para um hemiciclo com a composição e o registo passado que todos conhecemos e, no fim de tudo, reclamar os louros de um processo supostamente muito participativo, onde toda a gente pôde intervir e todos os contributos válidos foram devidamente ponderados... Espero estar redondamente enganado e ter que me vir retractar em breve. Fá-lo-ia com todo o prazer!
A terminar, uma justa palavra de reconhecimento para o meu amigo António Marques da Silva, o assessor da Secretária para a Administração e Justiça que tem a “batata quente” em mãos. Li a sua crónica na imprensa de ontem, onde falava de salamandras viscosas. Não sei a quem se referia – e sempre advoguei que, nestas coisas, devemos tratar os “bois” pelos nomes –, nem o que o terá levado a escrever palavras tão azedas. Posso e devo, no entanto, testemunhar a sua disponibilidade e abertura na discussão de tão sensível assunto em muitos momentos ao longo do último mês. Estivemos numa espécie de frente-a-frente na Rádio Macau numa altura em ainda mais ninguém parecia disponível para dar a cara – e que acredito ter servido, por isso, para motivar outras iniciativas e intervenções posteriores. Participou no debate organizado pelo Hoje Macau. Foi um dos dois oradores do debate promovido pela Associação dos Jornalistas de Língua Portuguesa e Inglesa de Macau. Em todas essas circunstâncias, dele discordei humildemente em diversas questões jurídicas e não tão humildemente em outras tantas questões políticas. Em todas essas situações, sempre reagiu com lealdade e genuíno empenho em contribuir para a clarificação e aperfeiçoamento das soluções legislativas, não obstante a sua muito ingrata posição profissional. Tivessem todos a mesma atitude e, certamente, muitas asneiras teriam sido evitadas ao longo desta primeira década de RAEM. Só lhe peço é que mantenha o mesmo empenho, porque a campanha está ainda a aquecer...
Notas: uma vez mais, agradeço ao Bairro do Oriente a menção desta crónica na sua rubrica «Leituras» da semana, assim como a recomendação feita à minha posta acima («O artigo 23 na TDM»). Aproveito, igualmente, para agradecer a referência do Exílio de Andarilho aO Protesto na sua posta «Pela Blogosfera».
Abusos da vizinhança
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Luxo sem etiqueta
Este vídeo foi produzido pelo conceituadíssimo The Washington Post. Recebi-o de um amigo, com o seguinte texto:
«O homem desceu numa estação do metro de Washington DC vestindo jeans, camisa e boné, encostou-se próximo da entrada, tirou o violino do estojo e começou a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali passava, na hora de ponta matinal. Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes.
Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de três milhões de dólares.
Alguns dias antes, Bell tocara no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam cem dólares.
A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, telemóvel no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa, realizada pelo jornal The Washington Post, pretendia lançar um debate sobre valor, contexto e arte.
A conclusão: só damos valor às coisas, nomeadamente à arte, quando contextualizadas. Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefacto de luxo sem etiqueta. Apenas uma mulher o reconheceu...»
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Sondagens...
Neste fórum da CTM, por exemplo, quase 75% das pessoas votaram contra a regulamentação do artigo 23.º da Lei Básica...