quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Estados de alma

Foi hoje inaugurada, na Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa, a exposição de aguarelas «Estados D'Alma», da autoria de Maria Luísa Vilhena, antiga professora do Liceu de Macau e também aluna da Academia de Artes Visuais do território, onde frequentou vários cursos de pintura tradicional chinesa, desenho, pintura contemporânea, gravura e história da arte. A exposição está patente ao público até 3 de Dezembro.

Para lá da beleza dos trabalhos expostos, foi uma oportunidade para rever amigos e conhecidos de Macau, como os simpáticos e sempre disponíveis responsáveis da Delegação, Eng.º Raimundo do Rosário e Dr.ª Gabriela César, entre diversos outros.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Iniciativas sobre Macau em Lisboa

No próximo dia 5 de Novembro, pelas 18h00, a Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa vai ser palco do lançamento de um livro do académico e ex-residente do território Rogério Miguel Puga sobre a presença inglesa em Macau nos séculos XVII e XVIII (imagem acima).

Exactamente uma semana antes, a 29 deste mês, entre as 14h30 e as 18h30, a Casa de Macau de Portugal receberá um seminário sobre a vida e obra de Henrique de Senna Fernandes.

Mais pormenores poderão ser consultados nesta peça do Ponto Final.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Português de Macau

Segundo li no semanário Sol, a Priberam acaba de lançar uma nova versão, a oitava, das suas já famosas ferramentas da língua portuguesa (FLiP), que uso há largos anos.

O curioso da notícia é a menção de que o produto contém a variante do português de Macau, coisa que eu desconhecia existir... Será o português pré-Acordo Ortográfico? É que a única palavra que vi até hoje ser "oficialmente" escrita de forma diferente em Portugal e em Macau é «logótipo», que aparece sempre no Boletim Oficial do território sem acento (por exemplo, aqui).

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Chegou a concorrência

Em Maio de 2008, estive lá e fotografei o que então era apenas um gigantesco estaleiro de construção. Parece que o mega-resort de Sheldon Adelson em Singapura foi, finalmente, inaugurado. O magnata do jogo passa a jogar em dois tabuleiros no Sudeste Asiático. Quais as consequências para Macau?



Jardins suspensos em três torres marcam novo resort de Singapura
Fugas
17 de Julho de 2010

Quartos: 2561, dos quais 230 suites de luxo. Funcionários directos: 10 000. Capacidade diária do casino: 25 000 pessoas. Visitantes esperados por ano: mais de 18milhões. Investimento: 4765 milhões de euros. Os números chegam para impressionar, mas o Marina Bay Sands Resort não se ficou por aqui e transformou-se no mais recente ex-líbris de Singapura. A imagem da cidade está agora marcada por estas três gigantes torres de vidro, unidas por uma megaplataforma com o formato de um convés de um luxuoso navio-cruzeiro. Trata-se de um SkyPark, de 1,2 hectares, que integra uma impressionante piscina infinita de 150 metros e um restaurante com a assinatura do conceituado chefe Justin Quek, tido com um dos maiores de Singapura. Mas há mais: Mario Batali e Daniel Boulud, ambos de Nova Iorque, Wolfgang Puck, de Los Angeles, Santi Santamaria, de Barcelona, Guy Savoy, de Paris, e Tetsuya Wakuda, de Sydney, prometem em conjunto criar um destino gastronómico ímpar. Além dos mais de cinquenta restaurantes disponíveis, o resort, que foi inaugurado oficialmente a 24 de Junho, inclui ainda 75 000 metros quadrados de área comercial (onde não faltam marcas de topo: Cartier, Chanel, Fendi, Prada ou Yves Saint Laurent), teatros com um total de quatro mil lugares, um museu e um pavilhão de cristal. Não esquecendo, claro, o já mencionado casino — ou não se estivesse a falar de um empreendimento da norte-americana Las Vegas Sands, gigante americano de casinos —, que só por si deverá gerar receitas anuais de quase sessenta milhões de euros.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Semana de Macau em Lisboa (II)

Aqui ficam algumas imagens do espaço promocional de Macau no Centro Comercial Colombo, na capital portuguesa, integrado nas actividades da «Semana de Macau em Lisboa», que teve início na última sexta-feira e termina hoje.

Infelizmente, nas três vezes que por lá passei, o movimento não era muito. O calígrafo e o adivinho concentravam as atenções dos visitantes, mas julgo que a imagem de Macau merecia outra vitalidade num evento destes.

Além disso, dada a enorme comunidade de naturais de Macau e ex-residentes do território a viver actualmente em Lisboa, faria todo o sentido a organização de um evento aberto onde a comitiva do Chefe do Executivo pudesse receber os seus "concidadãos", à semelhança do que o consulado português costuma fazer quando membros do nosso Governo arribam àquelas paragens.

sábado, 19 de junho de 2010

Pensões ilegais

Li esta norma da proposta de lei intitulada «Proibição de exploração de pensões ilegais», que o Governo da RAEM apresentou na Assembleia Legislativa (e, ao que parece, já foi aprovada na generalidade em 5 de Janeiro passado), e fiquei na dúvida se é um disparate pegado ou sou eu que não estou a ver bem as coisas...

Pelos vistos, para estarmos perante uma pensão ilegal, é preciso que se verifiquem cinco critérios cumulativos:
- Tratar-se de uma fracção autónoma não destinada a fins hoteleiros;
- Ser utilizada para proporcionar alojamento ao público;
- Os hóspedes serem maioritariamente não residentes;
- Não se conhecerem bem entre si; e
- Ocuparem a fracção com horas distintas de entrada ou de saída.

Ora, sem ter lido ainda o resto da proposta ou a sua nota justificativa (parei logo aqui...), pergunto-me: e se a maioria dos hóspedes for residente? A pensão passa a ser legal mesmo que todos os outros critérios fiquem preenchidos? E se forem não residentes, mas tiverem sido todos recrutados no mesmo lugar da mainland (numa aldeia ou numa fábrica, por exemplo) e, por isso, já se conhecerem bem? E se forem mainlanders a trabalhar todos no mesmo lugar em Macau (como é bem possível) e praticarem os mesmos horários de entrada e saída, mesmo que não se conhecessem antes?

Podia continuar, mas tenho que sair. Dão-se alvíssaras a quem me iluminar...

Nota: agradeço a simpática referência a esta posta no Delito de Opinião.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Semana de Macau em Lisboa

É já nesta sexta-feira que começa a semana de Macau em Lisboa, prolongando-se até quarta-feira seguinte. Uma óptima oportunidade para rever velhos amigos e matar saudades do Oriente.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O glorioso Boavista de Macau

Nos idos de 1997, um grupo de residentes de Macau sócios e adeptos do Boavista Futebol Clube juntou-se e organizou a equipa que surge nesta fotografia, reforçada com um ou dois amigos que, embora preferindo outros emblemas, simpatizavam com a equipa das "camisolas esquisitas", como alguém uma vez lhe chamou numa competição europeia.

Para a posteridade, aqui fica o nome dos eleitos: atrás, da esquerda para a direita - Paulo Nascimento, Nuno Lima Bastos, Alexandre Bastos e Fernando Botelho; à frente, na mesma ordem - Carlos Nascimento, José Manuel Costa, Luís Correia e Victor Chung.

O tempo passa, mas a memória desse belo momento fica aqui imortalizada. Obrigado, amigos!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Um país, um sistema para os dissidentes

Dissident HK handed to mainland jailed 9 years
Defendant should not have been tried over border: lawyers


Minnie Chan and Phyllis Tsang
South China Morning Post
January 21, 2010

Questions over the implementation of "one country, two systems" have been raised by the jailing of a former student leader of the 1989 Tiananmen protests by a Sichuan court after he was handed over to the mainland by Hong Kong immigration authorities.

The Shehong County People's Court sentenced Zhou Yongjun, 42, to nine years in jail on Friday after convicting him of attempted financial fraud and fining him 80,000 yuan (HK$90,840), the Hong Kong-based Information Centre for Human Rights and Democracy said.

One of Zhou's lawyers, Chen Zerui, said his case stemmed from a complaint by Hang Seng Bank about a suspicious request to transfer overseas HK$6 million from a Hong Kong account registered to Wang Xingxiang, whose name was on the phony Malaysian passport Zhou used to try to enter Hong Kong.

The signature on the transfer form did not match that of the original account holder and the name was placed on a money-laundering watch list.

He said Hong Kong police had found no evidence linking Zhou to the transfer request during 48 hours of questioning following his arrival from Macau on September 28, 2008, and comparing his signature with that on the transfer form. He said Zhou was then passed back to Hong Kong immigration authorities, who handed him over to the mainland after he declined to reveal his true identity.

Another of Zhou's lawyers, Mo Shaoping, said there were jurisdictional concerns about the case, because the alleged fraud was committed in Hong Kong and the alleged victim was Hong Kong-based Hang Seng Bank.

"Firstly, it has to do with the location where the alleged crime was committed," Mo said. "It was allegedly committed in Hong Kong and Sichuan has no jurisdiction over that.

"Hong Kong is a special administrative region. Under 'one country, two systems' none of the mainland judicial authorities have the right to handle a Hong Kong lawsuit."

He said that if Hong Kong immigration authorities wanted to turn Zhou away, the proper procedure would have been to send him back to Macau; there was no reason to send him to a third location, Shenzhen.

"If they have doubts about his identity, they should send him back to Macau, where he came from, instead of sending him to Shenzhen," Mo said.

Zhou's human rights had also been violated, with Shenzhen authorities having detained him for seven months without notifying his family in the US or Sichuan, he said.

Speaking from Los Angeles, Zhang Yuewei, Zhou's girlfriend and the mother of their two-year-old daughter, said the Hong Kong government had violated the "one country, two systems" formula by sending him to the mainland.

Democratic Party chairman Albert Ho Chun-yan believes Zhou's sentence is related to his background as a student leader during the Tiananmen protests in 1989. Ho, a member of the Hong Kong Alliance in Support of Patriotic Democratic Movements in China, said the Hong Kong government had not provided details of Zhou's case, including his 48 hours of questioning by Hong Kong police, even though he had asked for such information months ago on behalf of Zhou's legal team.

"The Hong Kong government might have political considerations behind this arrangement," Ho said. "If we had been able to obtain this information, it might have helped Zhou's plea."

Zhou, from Sichuan, captured global attention in 1989 by kneeling on the steps of the Great Hall of the People beside Tiananmen Square with two other students and pleading for top Beijing leaders to acknowledge student calls for political reform and the stamping out of corruption.

Zhou managed to get out of the mainland in 1993 and moved to the United States. He returned in 1998 to visit his elderly parents after his mother fell ill, and was sentenced to three years in a labour camp in Mianyang, Sichuan.

His name made headlines again after Hong Kong immigration authorities handed him over to Shenzhen authorities in September 2008 for using the phony passport bearing the name of Wang Xingxiang. The name was a pseudonym used by Zhang Hongbao, founder of a mainland qi gong organisation known as Zhong Gong, to open bank accounts overseas. Zhang was wanted by mainland police for rape, illegally collecting money and other charges from the early 1990s. He fled to the United States in 2000 and died in a car accident on July 31, 2006.

Zhou's girlfriend said he denied the fraud charge and that he was the victim of bad luck and mistaken identity.

She said he had obtained the fake passport through an immigration agency - a practice common among exiled dissidents, many of whom found themselves stateless when Beijing refused to renew their passports.

A Hong Kong police spokesman said the force would not comment on an individual case. A spokeswoman for Hang Seng Bank also declined to comment, as did the Hong Kong government.

Chen said Zhou had decided to appeal.

Additional reporting by Associated Press

Louvor por quatro dias de trabalho!

Quatro dias de serviço dão direito a um louvor no Diário da República! Mais palavras para quê?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Os avos e os cêntimos

Anunciava o JTM de ontem um aumento de dois cêntimos na tarifa da electricidade em Macau. E eu que pensava que a moeda local se dividia em cem avos...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Na hora da despedida

A menos de um mês de regressar a Portugal, após quinze anos a viver em Macau, o jornal Ponto Final convidou-me para uma derradeira troca de impressões. Agradeço o interesse da sempre competente Isabel Castro e deste matutino onde tantas vezes partilhei o que pensava da realidade do território que foi a minha casa durante década e meia.

O momento é de pausa na escrita e forte abrandamento deste blogue (o tempo não dá para tudo...), mas espero voltar paulatinamente ao teclado quando assentar arraiais na capital portuguesa.

Por agora, aqui deixo os meus votos de tudo de bom para Macau - a minha terra de adopção - e, em especial, para os portugueses e amigos de todas as comunidades que aqui fazem a sua vida! Até sempre, meus amigos!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Onde?

Foi inaugurado ontem o Burj Dubai, o edifício mais alto do mundo; aliás, a construção humana mais alta de sempre.

Já me referira a ele neste espaço em Agosto de 2008 e tive oportunidade de o ver in loco em Maio passado, quando visitei o Dubai. É, em boa verdade, majestoso, especialmente quando visto à distância e comparado com os prédios vizinhos.

A propósito da efeméride, o jornal Público divulgou uma infografia dos dez edifícios mais altos do mundo (incluindo um ainda em fase de arranque, o novo World Trade Center de Nova Iorque), segundo a qual Taipé fica na Tailândia e o Two International fica numa localidade de Hong Kong chamada Finance Center... E eu que pensava que Taipé era a capital de Taiwan (ilha Formosa) e que o dito edifício se chamava Two International Finance Centre (cfr. também aqui) e estava localizado no bairro de Central, em Hong Kong (na ilha do mesmo nome)...

Enfim, errar é humano, mas há erros um bocado grosseiros...

Adenda em 11 de Janeiro: entretanto, o Público republicou a infografia já indicando Taipé como sendo em Taiwan. Ficou por corrigir o equívoco sobre a localização do Two International de Hong Kong...