quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Os sinais estão aí!

Nuno Lima Bastos
Jornal Tribuna de Macau
25 de Setembro de 2008

À medida que vou absorvendo e relacionando os preocupantes sinais que têm surgido de diversos lados sobre o futuro próximo da economia de Macau, fico com a sensação de que o Hagupit, com o rasto de destruição que deixou entre nós, pode ter sido uma espécie de premonição do que está para vir.
Desde logo, no mesmo dia em que acordávamos sob o efeito do tufão, a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua publicava um texto assumidamente inquieto sobre o estado do motor da economia do território – o jogo. Depois de citar uma recente peça da Lusa apontando previsões de forte abrandamento na, até agora, inexorável subida das receitas dos casinos locais, com estas a poderem crescer menos de 1% este mês, em comparação com o mesmo período do ano passado, a Xinhua fazia eco de especulações sobre um possível “efeito de dominó” que poderia levar ao sucessivo encerramento de diversos casinos de menor dimensão, arrastando muitos trabalhadores do sector para o desemprego e penalizando as receitas fiscais da região.
Francis Tam já veio tentar pôr água na fervura, como seria de esperar de um responsável governamental. Certo é, no entanto, que o próprio Chefe do Executivo admitira já, perante a Assembleia Legislativa, que a euforia do jogo no território poderia começar a abrandar a curto prazo.
Mas os sinais já vêm de trás. Por exemplo, as reputadas Financial Times e Asia Times Online haviam também lançado nuvens cinzentas sobre Macau em artigos publicados entre o final de Agosto e o início do corrente mês. A primeira recordava a perda de um quarto do valor das acções da Sociedade de Jogos de Macau desde a sua entrada na Bolsa de Valores de Hong Kong e a quebra de quase 70% na cotação das suas concorrentes desde os registos máximos bolsistas alcançados há cerca um ano – e isto antes de se sentirem os efeitos das novas restrições do continente à emissão de vistos individuais para as duas RAE. A esta situação, acrescentava a Asia Times Online a fortíssima concorrência entre as seis operadoras de jogo e o consequente aumento dos respectivos custos de operação, assim como a previsível concorrência que começará a vir de fora, com a inauguração do Marina Sands em Singapura e a esperada abertura ao jogo de diversas jurisdições próximas.
Assim, o ainda fresco despedimento colectivo da Galaxy Resorts poderá ser imitado mais cedo do que se pensa, tanto mais que dramas de grandes proporções como o escândalo dos produtos lácteos do continente com melamina e as ondas de choque a nível mundial da crise financeira americana poderão constituir barreiras psicológicas aos turistas e apostadores chineses tão ou mais eficazes do que as restrições governamentais à emissão de vistos individuais. Veja-se o que aconteceu aquando da SARS.
À previsível crise de crescimento no jogo poderá juntar-se uma nova crise imobiliária. Alguns especialistas têm insinuado já uma quebra entre 15% e 20% no mercado local desde Dezembro passado, tanto nos preços de venda, como nos valores das rendas. E questionam sobremaneira as possibilidades de escoamento da crescente oferta de habitação de luxo no território. A pergunta é simples: haverá assim tantos compradores endinheirados que desejem possuir um faustoso apartamento em Macau, quando têm tantas alternativas de qualidade noutras regiões próximas? Se procuram uma habitação para férias, há lugares muito mais adequados e aprazíveis. Se tencionam simplesmente investir, já vêm tarde, dado o efeito especulativo dos últimos anos. Ainda para mais, com as consequências internacionais da crise do crédito imobiliário americano ainda não totalmente contabilizadas.
Como se não bastasse, some-se a tudo isto o descrédito do Governo local junto de Pequim. Edmund Ho bem tenta algumas operações de charme, como a atribuição de um pacote de 5 500 milhões de patacas para apoio à reconstrução de Sichuan ou de 150 000 dólares de Hong Kong a cada um dos atletas chineses que receberam medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos, mas já vai tarde. São medidas que sensibilizam a populaça (e a primeira é louvável em termos humanitários, desde que a utilização do dinheiro seja devidamente fiscalizada), mas que não vão obstar a que a equipa governativa desça do palco pela porta pequena daqui a um ano (e não tivesse Tung Chee Hwa caído...).
Não é de admirar que muitos habitantes de Macau estejam tão susceptíveis e, ao mínimo boato, desatem a correr às agências do Banco Luso Internacional e do Banco Wing Hang para levantar as suas economias. É que os efeitos do Hagupit nem um dia duraram, mas o que está para vir vai durar muito mais. Oxalá me engane...

A abertura do Wynn Macau

A construção do Venetian Macau

Depois de um vídeo sobre Macau há duas décadas, nada mais contrastante do que este:

Macau há duas décadas

Magalhães vs. Intel Classmate

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Tufão Hagupit

Vem aí a tempestade tropical (vulgo, tufão) Hagupit. Atendendo à sua trajectória actual, é possível que seja içado o sinal oito em Macau lá para quarta-feira. A imagem abaixo indica a presente localização do Hagupit e é actualizada automaticamente a partir do website dos Serviços Meteorológicos (e não «Metereológicos», como se ouve por aí...) e Geofísicos.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Descuidos e desactualizações

Nuno Lima Bastos
Jornal Tribuna de Macau
18 de Setembro de 2008

Não querendo fazer desta coluna semanal um fórum de debate da língua portuguesa – até porque essa não é a minha área de formação ou de actividade profissional –, sinto-me, ainda assim, impelido a aproveitar a “embalagem” das últimas duas semanas para abordar mais algumas minudências que me chegam aos olhos e aos ouvidos quase todos os dias.
Se estava hesitante em fazê-lo, a notícia de abertura do telejornal de ontem do Canal 1 da TDM convenceu-me. Com efeito, o pivô (ou «pivot», se preferirem), ao falar da crise do sistema financeiro internacional, referiu, a dado momento, que «o índice Hang Seng encerrou a sessão com perdas na ordem dos um ponto oitenta e sete por cento» (1.87%). Já o repórter que fez a peça exibida de seguida falou, e bem, em «um vírgula oitenta e sete por cento» (1,87%). O pormenor não me mereceria, pois, qualquer destaque, não fora o facto de, diariamente (com excepção do fim-de-semana), o noticiário da TDM apresentar um quadro de «informação económica» onde as casas decimais estão sempre separadas por pontos, em vez de vírgulas, e os milhares por vírgulas, em vez de pontos ou, mais correctamente, de espaços. Em suma, redigem os números “à inglesa” (e “à chinesa” – já lá iremos).
Ora, Portugal segue o Sistema Internacional de Unidades, que determina que as casas decimais são separadas das unidades por uma vírgula e os números com mais de quatro dígitos são separados por um espaço a cada grupo de três dígitos, nunca se devendo utilizar pontos ou vírgulas nessas separações, para evitar confusões com as casas decimais. Assim, deve escrever-se 537 648,91 e não 537,648.91 ou sequer 537.648,91 – embora, neste último exemplo, o uso do ponto para separar os milhares seja uma precaução comum em situações onde exista o risco de acrescento indevido de outros algarismos, como no preenchimento de cheques (já não será o caso dos painéis de informação económica dos noticiários...). Note-se, ainda, que a regra da separação dos grupos de três dígitos com um espaço também se aplica nas casas decimais, pelo que se escreve 53,421 6. Respeitada esta norma, nunca haverá dúvidas sobre onde estão os múltiplos e as fracções da unidade (o que talvez não sucedesse com um número indevidamente redigido no formato 537.648,912.435).
Voltando ao telejornal da TDM, é frequente o pivô ler “à portuguesa” os valores do quadro da informação económica, mesmo aparecendo estes “à inglesa” nos nossos ecrãs, o que soa ainda mais estranho. Não é, então, por desconhecimento que os compõem assim. Segundo me explicou em tempos uma pessoa ligada à televisão da Xavier Pereira, o que se passa é que os computadores da régie arrancam com o software em chinês por causa do telejornal nesta língua e não há, pelos vistos, tempo para serem reiniciados com outro software que permita a redacção dos números de acordo com a convenção adoptada em Portugal. Com o devido respeito, penso que já andamos nisto há anos suficientes para se justificar um esforço que acabe com esta incongruência. Será assim tão difícil?
Falando ainda de esforços, alertado por um leitor e amigo para o estado da versão portuguesa do sítio da TDM na Internet, fui examiná-lo com mais atenção do que me é habitual e pude constatar a forte desactualização de algumas secções, mormente da «Actualidade Informativa de Macau (notícias em destaque)», que parou no dia 14 de Maio, e da «Programação TV – Directos», onde continuam anunciadas as transmissões dos dois primeiros jogos de futebol da selecção nacional no Euro 2008, realizados a 8 e 12 de Junho passado, assim como das últimas finais da Taça UEFA e da Liga dos Campeões, disputadas a 15 e 22 de Maio, respectivamente (já lá vão quatro meses). No «Desporto», ainda surgem os logótipos do Mundial 2002, do Euro 2004 e dos Jogos da Ásia Oriental 2005. Por outro lado, a programação diária parece ser actualizada apenas com um dia de antecedência, o que julgo ser manifestamente insuficiente. Pela positiva, realço as «Vídeo Notícias» (uma óptima iniciativa), que costumam estar em dia.
Quanto à área da Rádio Macau no mesmo website, as «Notícias» ainda não passaram de 17 de Agosto e a rubrica «Em Foco» do dia 18 de Julho, embora as «Outras Rubricas» estejam em ordem. A grelha da programação é que continua também parada em 17 de Agosto... mas de 2007.
Já estive inúmeras vezes nos estúdios da TDM – quer da televisão, quer da rádio – e conheço minimamente as condições em que os profissionais dos canais portugueses trabalham. Por isso, respeito-os imenso e considero que fazem muitas coisas boas, passe o simplismo da linguagem. Mas seria bom que dessem um pouco mais de atenção a estes “pormenores” que aqui refiro. O sítio português da TDM já vai em quase oitocentos mil visitantes. Não será estímulo suficiente para o actualizarem e melhorarem?

Magalhães em Macau?

Segundo a edição de hoje do Público, «depois da Venezuela e da Namíbia, o computador Magalhães prepara-se agora para viajar até Macau.

A iniciativa partiu dos Serviços de Educação do território, que pretendem pôr em prática um projecto de desenvolvimento tecnológico das escolas locais, que passa, entre outros, por disponibilizar a alunos e professores os recursos necessários para uma formação no âmbito das novas tecnologias.

O projecto conta com o apoio da Fundação Macau, que concedeu um subsídio de 150 milhões de patacas (13 milhões de euros).

O director dos Serviços de Educação de Macau, Sou Chio Fai, mostrou-se interessado na tecnologia portuguesa que, segundo os responsáveis do projecto, permite o acesso à Internet, tem uma autonomia de seis horas e é resistente ao choque e à água, para além de trabalhar com qualquer sistema operativo. "O computador Magalhães é muito interessante e vamos ponderá-lo em conjunto com outros projectos", afirmou Sou Chio Fai, em declarações à Lusa.

A possibilidade de o Magalhães chegar a Macau e a sua versatilidade de operação em qualquer sistema operativo pode também ser uma porta de entrada do computador português na China, onde o mercado potencial é elevado».

Não sou S. Tomé, mas esta é uma daquelas notícias em que só acredito mesmo vendo...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

S.O.S.

Uma bela melodia para acalmar os espíritos mais nervosos que andam por aí...

Os ABBA ao vivo em Sidney, na sua memorável tornée australiana de 1977.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Enfim, os Paraolímpicos no Público!

Com a competição prestes a terminar, eis que o Público - o meu jornal português preferido - começa finalmente a utilizar a designação «Jogos Paraolímpicos», em vez dessa coisa esquisita dos «Paralímpicos»! Pode ler aqui e aqui (só foi pena não terem corrigido a legenda da fotografia na primeira notícia...).

domingo, 14 de setembro de 2008

Mamma Mia!

Um filme a não perder: Mamma Mia!, na sala 3 do Cineteatro.

Ementa traduzida

Tendo em conta o interessante debate que se tem travado nestes dias aqui em Macau sobre certas traduções de inglês para português, cá vai uma fantástica ementa bilingue para os caros leitores deste blogue:

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Atletas para os para-olímpicos

A mascote de Fidel Castro, o demente presidente venezuelano Hugo Chávez, continua a fazer das suas. Ontem à noite, durante um comício, referiu-se aos norte-americanos nos seguintes termos: «vão para o cara***, yankees de merda» (pode ver o vídeo aqui ou aqui, no Público)! Nobre, sem dúvida! Um discurso de um verdadeiro estadista!

A América Lat(r)ina parece, realmente, não ter cura. Castro, Chávez, Morales e quejandos, apoiados por loucos como Mahmoud Ahmadinejad, continuam a inflamar populações, a hostilizar forasteiros e a tentar desestabilizar o mundo.
E se, em vez disso, fossem até Pequim participar nos Jogos Para-Olímpicos? Estou em crer que preenchem os requisitos necessários (sem ofensa para os demais atletas, certamente bem mais lúcidos do que estes fanáticos)!






Welcome to the Para-olympics!

Pelos vistos, nem os ingleses estão convencidos da bondade da designação Paralympics. Entidades ligadas à organização dos próximos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, têm optado por Para-olympics, como se pode ver pela notícia abaixo, alusiva ao logótipo da prova.

E também se encontram cartoons com Para-Olympics:

Até a WikiAnswers prefere paraolympics, ainda que sem o hífen:

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Pobre Olímpia

Nuno Lima Bastos
Jornal Tribuna de Macau
11 de Setembro de 2008

Na minha crónica da semana passada, protestei contra o uso da palavra «paralímpicos» por alguns órgãos de comunicação social de língua portuguesa em Macau. Resultado: o Ponto Final passou a escrever «paraolímpicos», o Jornal Tribuna de Macau optou, como eu, por «para-olímpicos» e o Hoje Macau manteve-se nos «paralímpicos», tal como a TDM. Nas ruas de Macau, são também omnipresentes as faixas de apoio aos «13.ºs Jogos Paralímpicos» (de Pequim).
Mas não é só aqui que esta singular palavra tem sido utilizada, infelizmente: no telejornal da RTP, é o que mais se ouve nestes dias. Até jornais nacionais de referência, como o Público, escrevem sobre os «Jogos Paralímpicos», não obstante as muitas reclamações dos seus leitores, incluindo eu próprio.
Não querendo ser fundamentalista, julgo que se entrou na generalização do erro. É um daqueles casos em que alguém começa a escrever mal e, de repente, muita gente entende que a palavra está correcta. «Uma mentira dita muitas vezes acaba por se tornar uma verdade», já dizia Joseph Goebbels (*), o líder da máquina de propaganda nazi. Temos é que ter cuidado, pois, qualquer dia, substantivos como «futebol» e «basquetebol» passam a escrever-se «futbol» e «basquetbol», só por derivarem dos britânicos «basketball» e «football»...
O desatino é tanto que, na sua nota de abertura de há três dias, o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa (cá estou eu outra vez com ele, pois é) escreveu: «é verdade que a língua evidencia princípios à revelia da lógica. É verdade também que a língua, sendo um sistema, apresenta muitos sintomas de heterogeneidade. Mas escrever “paralímpico” em vez de “paraolímpico”, como está determinado por documento legal, já não cabe em nenhuma explicação de ordem linguística».
Contudo, o legislador português também não ajuda muito a resolver a contenda. Basta consultar meia dúzia de diplomas recentes ligados ao desporto. Por exemplo, nos termos do artigo 26.º da Lei de Bases do Desporto (Lei n.º 30/2004, de 21 de Julho), «ao Comité Paraolímpico de Portugal aplica-se, com as devidas adaptações, o disposto no artigo anterior relativamente aos praticantes desportivos portadores de deficiência e aos Jogos Paraolímpicos». No entanto, a norma equivalente da Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto (Lei n.º 5/2007, de 16 de Janeiro), que substituiu aquela, opta pelo «Comité Paralímpico de Portugal» (artigo 13.º). A Portaria n.º 393/97, de 17 de Junho, por sua vez, «concede prémios aos cidadãos com deficiência que se classifiquem num dos três primeiros lugares de provas dos jogos paraolímpicos ou de campeonatos do Mundo ou da Europa e da Taça do Mundo de Boccia». Já a versão portuguesa da Convenção Internacional contra a Dopagem no Desporto, aprovada pelo Decreto n.º 4-A/2007, de 20 de Março, contém designações como «Comité Paralímpico Nacional», «Comité Paralímpico Internacional» e «Jogos Paralímpicos». Uma salgalhada...
O que dizem os linguistas, então? A Associação de Informação Terminológica, presidida pelo Instituto de Linguística Teórica e Computacional (uma associação privada sem fins lucrativos que tem como associados a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a Universidade de Lisboa e a Universidade Nova de Lisboa), emitiu em Janeiro de 2005, a pedido do Instituto do Desporto de Portugal, um parecer onde esclarece que, «em português, o termo em questão resulta de um empréstimo do termo inglês paralympics», que «constitui uma amálgama, tendo sido construído com base no cruzamento de para(plegic) + (o)lympics».
Depois, e sem querer reproduzir aqui o texto integral do documento (que pode ser consultado no meu blogue ou em http://www.ait.pt/index2.htm), é ali explicado que, «ao serem integradas em português (e noutras línguas), as palavras provenientes de outras línguas sofrem sempre adaptações, que podem ser conscientes ou inconscientes, e que podem consistir na simples alteração fonética da palavra, ou na sua adaptação morfológica, entre outras. Especialmente quando as palavras importadas de outras línguas constituem termos científicos e/ou técnicos, esses termos deveriam ser sempre alvo de intervenção consciente de alguma(s) entidade(s), de modo a não introduzir na língua termos que sejam violadores da sua estrutura (nomeadamente, morfológica) e que, por isso mesmo, sejam opacos para os seus utilizadores».
E continua, mais à frente: «nos últimos anos, tem surgido nesta língua um número crescente de amálgamas, mesmo em terminologias científicas e técnicas, resultantes, sobretudo, da importação de outras línguas, de termos construídos por este processo mas também de construção autóctone. (...) A amálgama pode ser construída (...) com sílabas iniciais da primeira palavra que se juntam à segunda palavra, que mantém a sua integridade (ex.: tele(fone) + móvel ou info(rmação) + alfabetização). Será mais consentâneo com a estrutura da língua portuguesa, portanto, que o termo em causa mantenha a vogal inicial o da palavra olímpico».
Assim, conclui aquele parecer que «a forma paralímpico é violadora da estrutura do português, não sendo transparente, pelo que se preconiza a sua substituição por uma forma em que a palavra olímpico mantenha a sua integridade (...). Por tudo isto, desaconselha-se vivamente o uso da forma paralímpico em documentação oficial e em discurso formal escrito de grande visibilidade».
A pedido da própria RTP, Maria Regina Rocha, licenciada em Filologia Românica, mestre em Ciências da Educação, professora na Escola Superior de Educação de Coimbra e membro do Conselho Consultivo do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, também emitiu recentemente um esclarecimento onde defende que «as palavras paraolimpíadas e paraolímpico deverão manter o o que constitui a sílaba inicial da palavra-base (paraolímpico, e não paralímpico)».
E clarifica: «quer se considere a palavra formada de paraplegics e Olympics, quer com o elemento grego para- (que exprime a ideia de aproximação, proximidade, presente, por exemplo, nas palavras paramédico e parapsicologia) e a palavra olímpico, essa vogal o deve manter-se. Suprimir a vogal o significa atentar contra a integridade semântica da palavra, formada a partir da palavra Olimpíadas. Olimpíadas e olímpico são palavras da família de Olimpo, a morada das divindades da mitologia grega, monte entre a Macedónia e a Tessália, e de Olímpia, cidade-berço dos mais famosos jogos da Antiguidade Clássica. Em síntese: não é recomendável a supressão da sílaba inicial o, pois o radical das palavras Olimpo e Olímpia contém-no. Estas palavras têm como sílaba inicial esse o, e não lim. O radical de uma palavra é o seu elemento essencial, portador do sentido primitivo e fundamental, e, portanto, é invariável. No caso em apreço, a supressão da sílaba o atenta contra a própria essência do berço das Olimpíadas, a cidade de Olímpia».
Podia continuar a citar mais alguns testemunhos técnicos que rebatem o uso da palavra «paralímpicos», mas dou-me por satisfeito com estes dois, até porque nunca encontrei um único texto com um mínimo de profundidade a sustentar o uso daquele termo. Os argumentos ficam-se sempre e apenas pela invocação da forma inglesa «paralympics» (como se isso justificasse, por si só, qualquer livre adaptação para o português) ou pela referência a «um processo de síncope, comum em português, que consiste na eliminação de um fonema no interior de uma palavra» (Pedro Mendes, FLiP, Setembro de 2004) – muito pouco para justificar tamanha monstruosidade!
Depois de tudo isto, optar entre «paraolímpicos» ou «para-olímpicos» (isto é, usar ou não o hífen) acaba por ser, para mim, uma questão menor. Segundo a Base XV do Acordo Ortográfico, o hífen será de manter «nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival [ainda prefiro «adjectival»...], numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido». Daí, provavelmente, a preferência do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa por «para-olímpicos». Contra o uso do hífen, argumenta-se, nomeadamente, que, nos termos da Base XVI do Acordo Ortográfico, o elemento para- pode também ser classificado como um «elemento não autónomo ou falso prefixo, de origem grega e latina», que dispensaria a hifenização em palavras como «paraolímpico».Deixo este debate entre «paraolímpicos» e «para-olímpicos» para os especialistas. Da minha parte, fico descansado desde que me poupem à aberração «paralímpicos»!

(*) Os meus agradecimentos ao meu amigo Severo Portela pelo reparo (em P.S. à sua crónica do Hoje Macau de 12 de Setembro). É no que dá escrever a contra-relógio...

P.S.: já depois de esta crónica ter sido publicada, foi com alegria que vi o pivot (ou «pivô», se preferirem) do telejornal de hoje da RTP pronunciar, finalmente, «jogos paraolímpicos» (ou «para-olímpicos» - o som é igual) e a designação aparecer assim redigida nas legendas das peças sobre a prova. Pena foi que a repórter dessas peças continuasse a falar em «paralímpicos»...
Aproveito, ainda, a oportunidade para acrescentar que o corrector ortográfico do Blogger (que uso antes de publicar qualquer posta) não reconhece nem «paralímpicos» nem «paraolímpicos»; apenas «para-olímpicos». É cá dos meus!
Entretanto, esta crónica foi referenciada em nota a um texto do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa de 16 do corrente, que pode ser consultado aqui)

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Paralímpico, para-olímpico ou paraolímpico?

Porque a questão continua a dar muito que falar, reproduzo aqui o parecer da Associação de Informação Terminológica, que perfilha a opção resultante da aplicação do Acordo Ortográfico («paraolímpico») e rejeita liminarmente «paralímpico»:

Tendo sido solicitado, pelo Instituto do Desporto de Portugal, o parecer da Associação de Informação Terminológica, AiT, relativamente à forma de grafar o termo paralímpico / para-olímpico / paraolímpico, atestou-se o seguinte:

1. Paralímpico / para-olímpico / paraolímpico pode corresponder em português seja a um adjectivo, tal como em “Comité Paraolímpico Português”, seja a um nome, usado, nesse caso, no plural, tal como “os Paraolímpicos” em vez de “os Jogos Paraolímpicos”.

Paralímpico ou paraolímpico / para-olímpico?

2. Em português, o termo em questão resulta de um empréstimo do termo inglês paralympics (nome), do qual se terá construído também nessa língua um adjectivo, paralympic. De acordo com o Oxford English Dictionary, paralympics constitui uma amálgama, tendo sido construído com base no cruzamento de para(plegic) + (o)lympics. O termo tem, portanto, na sua origem a forma paralympics.

3. Ao serem integradas em português (e noutras línguas), as palavras provenientes de outras línguas sofrem sempre adaptações, que podem ser conscientes ou inconscientes, e que podem consistir na simples alteração fonética da palavra, ou na sua adaptação morfológica, entre outras. Especialmente quando as palavras importadas de outras línguas constituem termos científicos e/ou técnicos, esses termos deveriam ser sempre alvo de intervenção consciente de alguma(s) entidade(s), de modo a não introduzir na língua termos que sejam violadores da sua estrutura (nomeadamente, morfológica) e que, por isso mesmo, sejam opacos para os seus utilizadores. A busca da transparência deve, portanto, nortear todos aqueles que intervêm na integração consciente de empréstimos e na neologia planificada.

4. Apesar de o processo de amalgamação não ser um processo muito produtivo ao longo da história da língua portuguesa, a verdade é que, nos últimos anos, tem surgido nesta língua um número crescente de amálgamas, mesmo em terminologias científicas e técnicas, resultantes, sobretudo, da importação de outras línguas, de termos construídos por este processo mas também de construção autóctone. Embora não existam muitos estudos sobre este processo de construção de palavras para a língua portuguesa, é possível, no entanto, detectar algumas tendências: a amálgama pode ser construída não apenas com sílabas iniciais da primeira palavra e sílabas finais da segunda (ex.: infor(mação) + (auto)mática), mas também com sílabas iniciais da primeira palavra que se juntam à segunda palavra, que mantém a sua integridade (ex.: tele(fone) + móvel ou info(rmação) + alfabetização). Será mais consentâneo com a estrutura da língua portuguesa, portanto, que o termo em causa mantenha a vogal inicial o da palavra olímpico.

5. Apesar de se ter verificado que a forma paralímpico tem uma frequência de uso mais elevada do que o termo paraolímpico (numa consulta a páginas portuguesas de Internet por meio do motor de pesquisa Google, realizada em 19 de Janeiro de 2005, a forma paralímpico surgiu 6 050 vezes contra 246 da forma paraolímpico), a verdade é que paraolímpico se encontra já consagrado pela legislação portuguesa, no acto de nomear oficialmente o Comité Paraolímpico Português, facto que não pode deixar de ser tomado em consideração.

6. Dado o que foi dito em 3., do ponto de vista linguístico, a forma paralímpico é violadora da estrutura do português, não sendo transparente, pelo que se preconiza a sua substituição por uma forma em que a palavra olímpico mantenha a sua integridade. Além disso, no ponto 4., demonstrou-se que a forma paralímpico é também violadora daquilo que já se encontra consagrado na Lei Portuguesa.

Por tudo isto, desaconselha-se vivamente o uso da forma paralímpico em documentação oficial e em discurso formal escrito de grande visibilidade.

Para-olímpico ou paraolímpico?

7. Para defender o emprego do hífen na forma paraolímpico, poderá argumentar que, tendo em conta o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, se preconiza o uso do hífen “nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido” (Base XV). Terá sido essa a razão que levou o lexicógrafo a grafar para-olímpico no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea (vulgo, Dicionário da Academia).

8. Dois argumentos, no entanto, podem ser aduzidos contra esta posição:

a) Em primeiro lugar, nos casos apresentados nessa Base XV, todos os pretensos exemplos de formas reduzidas da primeira palavra são elementos acentuados graficamente (és-sueste) ou elementos que terminam em vogal de ligação o (aberto), a saber, afro-asiático, afro-luso-brasileiro, luso-brasileiro e primo-infeção; ora, tendo em atenção que o elemento para-, resultante da truncação de paraplégico, apresenta acento secundário em relação a olímpico, além de que não apresenta qualquer vogal de ligação, o (aberto) ou i, poder-se-á argumentar que este elemento não é da mesma natureza daqueles que figuram como exemplos na Base XV do Acordo e que, por isso, a obrigatoriedade do uso do hífen no termo em apreço não é clara;

b) Em segundo lugar, ainda seguindo o texto do Acordo, o elemento para- pode também ser classificado como um “elemento não autónomo ou falso prefixo, de origem grega e latina” (Base XVI), não sendo necessário, neste caso, o emprego do hífen em paraolímpico.

9. Dado o facto de o termo paraolímpico vir a ter grande notoriedade e fazer parte de diferentes denominações de organismos oficiais com grande visibilidade, é legítimo que, dada a alternativa, se defenda o emprego de uma forma que, sendo gramatical e transparente (como ficou demonstrado na primeira parte deste parecer), seja mais curta e de aspecto gráfico mais simples, pelo que se justifica a grafia do termo sem hífen. Se aos argumentos apresentados em 8., acrescentarmos, então, os factores sociolinguístico e pragmático, verificamos que a forma paraolímpico é preferível à forma equivalente com hífen.

Por tudo o que se apresentou, a AiT recomenda que a forma desejável para grafar o termo em análise é, sem margem para dúvidas, a forma paraolímpico.

Margarita Correia
Janeiro de 2005

PS: pessoalmente, prefiro a orientação da Academia das Ciências de Lisboa no sentido de se dever escrever «para-olímpico». Seja como for, numa coisa estamos todos de acordo: «paralímpico», nunca!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Olímpicos erros

Nuno Lima Bastos
4 de Setembro de 2008

1. A edição de ontem do jornal Ponto Final continha uma notícia com o seguinte subtítulo: «Pequim 2008 – Oitava missão lusa aos paralímpicos». Esta expressão, assim como a designação completa «Jogos Paralímpicos», também têm sido profusamente mencionadas nos telejornais da TDM dos últimos dias.
Ora, como tive já oportunidade de alertar no meu blogue, o termo correcto em português europeu é «para-olímpicos».
O conceituado Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, define o adjectivo «para-olímpico» como o «que diz respeito aos jogos destinados a atletas deficientes, realizados de quatro em quatro anos, após os jogos olímpicos e no mesmo local destes». Como substantivo, «para-olímpico» é o «atleta deficiente que participa nos jogos para-olímpicos».
O excelente Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, que nunca me canso de recomendar aos tradutores com quem lido na minha vida profissional, esclarece mesmo que «“paralímpico” não aparece em nenhum dicionário de referência», sendo «pouco provável» a ligação do prefixo «para» com «olímpico» suprimindo o «o-» deste.
Mesmo os nossos amigos brasileiros, que tanto gostam de “dar voltas” à língua de Camões, não escrevem «paralímpico», mas «paraolímpico», fruto da sua opção pela forma não hifenizada nas palavras resultantes de prefixação (como é aqui o caso). E é também isso que resulta da aplicação das regras do controverso Acordo Ortográfico.
Pelo que consegui apurar, só Angola constituirá (infeliz) excepção, dado que parece existir um Comité Paralímpico Angolano. Resta saber se por descuido ou por convicção...

2. Ainda em matéria de erros ortográficos na área desportiva, perdi já a conta ao número de vezes que encontrei o plural dos adjectivos «júnior» e «sénior» escrito como «júniores» e «séniores». Nada mais errado! Ambas as palavras perdem o acento no plural, pelo que se escrevem «juniores» e «seniores», devendo ser pronunciadas em conformidade.

3. Outro erro crasso muito frequente – no desporto e fora dele – é redigir-se o substantivo «rubrica» com acento. Muita gente parece estar convicta da existência de duas palavras distintas, «rubrica» e «rúbrica», com diferentes significados: uma como sinónima de «assinatura abreviada»; a outra de «item», «assunto», etc. Em bom rigor, só existe «rubrica», sem acento, abarcando todos esses sentidos.

4. Não menos comum é a utilização da redundância «há n tempo atrás». Como, uma vez mais, explica o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, nas expressões «há dias», «há meses», «há algum tempo», «a simples presença do verbo “haver” dispensa qualquer palavra que venha denotar tempo decorrido». Por isso, afirmar «há cinco dias atrás» é um pleonasmo a evitar!

5. Outro erro típico: quando o Rei de Espanha se dirigiu ao anormal que governa a Venezuela, perguntou-lhe «porque não te calas» ou «por que não te calas»? Neste caso, está correcta a primeira opção, visto que «porque» surge aqui como advérbio interrogativo: «nestas orações interrogativas directas, [porque] é um advérbio, porque está ligado a um verbo» e, «como se trata de um advérbio, é só uma palavra», pode ler-se, de novo, no Ciberdúvidas.
No entanto – e aqui é que costumam surgir os problemas –, «se fosse “por que razão não te calas?”, já não seria usado um advérbio interrogativo, mas a preposição “por” e o pronome “que” (portanto, duas palavras), visto seguir-se o substantivo “razão”, tendo aqui o pronome “que” o significado de “qual”», continua o Ciberdúvidas.
Sintetizando, e pondo as coisas em linguagem simples, o habitual será utilizar-se «por que» na pergunta e «porque» na resposta. Na forma interrogativa, a excepção acontece apenas quando surge um verbo logo a seguir, caso em que a questão é colocada com o advérbio «porque».

6. Finalmente (por hoje...), a problemática da colocação do «se» reflexo: por exemplo, ainda no domingo passado, a propósito da crise política que se vive na Tailândia, ouvi uma jornalista relatar no telejornal da TDM que «quatrocentos militares foram chamados para juntarem-se às forças policiais».
Ora, ensina, ainda e sempre, o fiável Ciberdúvidas que, «sendo o “se” reflexo objecto directo do verbo, a sua posição normal, no português europeu, é enclítica (depois do verbo)». «Existem, todavia, casos em que não é aceitável, na norma culta, esta colocação», devendo, então, o pronome ser colocado em situação proclítica (antes do verbo). Sem pretensões de exaustão, avanço alguns exemplos típicos (que podem ser consultados, nomeadamente, aqui): quando o verbo é precedido de palavra negativa («nunca se lavou» ou «não se penteou»), nas orações iniciadas por pronomes ou advérbios interrogativos («quem se levantou a meio da noite?»), nas orações iniciadas por palavras exclamativas ou nas que exprimem desejo («que se vista rapidamente!» ou «Deus se compadeça dos vencidos!»), nas orações iniciadas por «quando» («quando se levantou, era noite escura») e, como adverte o corrector ortográfico do meu computador, «em geral (...), nas orações subordinadas introduzidas por preposições ou locuções preposicionais, tais como “após”, “até”, “por”, “para”, “conforme”, “ao contrário de”, “antes de”, “além de”, etc.».
Assim, está visto que a frase correcta (e que soa francamente melhor) seria «quatrocentos militares foram chamados para se juntarem às forças policiais». De acordo?

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O Jardim Olímpico de Pequim

Não faltaram as ruínas de São Paulo!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

David Beckam nos Jogos Olímpicos

O muito mediático David Beckam esteve em Pequim com a sua não menos mediática esposa Victoria, onde assistiu à partida de atribuição da medalha de ouro em basquetebol masculino, antes de participar na cerimónia de encerramento da olimpíada. Um fotógrafo mais atento captou esta divertida sequência de imagens durante o jogo que opôs os E.U.A. a Espanha.

Paralímpicos ou para-olímpicos?

Nos últimos dias, os jornalistas da TDM têm falado muito em Jogos Paralímpicos e atletas paralímpicos, certamente influenciados pelo termo inglês paralympics. Sucede que o termo correcto em português é para-olímpicos.

No excelente Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, publicado pela Editorial Verbo em 2001, pode ler-se:

Para-olímpico, a. Que diz respeito aos jogos destinados a atletas deficientes, realizados de quatro em quatro anos, após os jogos olímpicos e no mesmo local destes. Atleta deficiente que participa nos jogos para-olímpicos.

Jogos para-olímpicos. Encontro desportivo em que os atletas são deficientes, realizado de quatro em quatro anos, após os jogos olímpicos e no mesmo local destes.

PS: aproveito para esclarecer quem assistiu ao telejornal da TDM de domingo passado que a cidade de Saint-Paul, no Minnesota, E.U.A., local escolhido para a realização da Convenção Republicana, não fica a dois, mas a dois mil quilómetros da rota do furacão Gustav na Luisiana (à atenção da simpática Lina Ferreira). E, já agora, esclareço também que o futebolista David Villa, do Valência, não integrou a selecção campeã do mundo, Itália, mas a campeã da Europa, Espanha (esta é à atenção do meu amigo Vítor Rebelo). Espero que não me levem a mal o reparo...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Agosto e o efeito olímpico

Depois de ler esta e esta postas dos meus colegas bloguistas do Bairro do Oriente e d'O Sínico, respectivamente, confirmei aquilo que já suspeitara quando examinei a estatística dos acessos ao meu próprio blogue durante o mês de Agosto: os blogues de língua portuguesa de Macau beneficiaram bastante do "efeito" Jogos Olímpicos, registando um aumento significativo de acessos durante a realização da prova, em boa medida graças aos internautas do Brasil, que, ao procurarem informações sobre ela em motores de pesquisa como o Google, frequentemente vinham cá parar.

No caso d'O Protesto, e embora os valores absolutos sejam bastante mais modestos do que os alcançados pelos dois blogues amigos, houve um crescimento de cerca de 40% no número de acessos, como se pode ver pelo quadro acima. E isto apesar de O Protesto ter estado inactivo durante toda a primeira metade de Agosto, em virtude das minhas férias.

É caso para se dizer: venham daí mais uns grandes acontecimentos internacionais por estes lados com a presença de luso-falantes...