Não sei se se lembram de um idoso com um ar muito acabado e num estado de higiene deplorável, que vivia debaixo destas arcadas do Largo do Senado. Em Fevereiro passado, foi objecto de uma posta no blogue Bairro do Oriente. Pois esse homenzinho desapareceu. No final de Abril, estava lá; na primeira vez que ali passei após a vinda da tocha olímpica a Macau, a 3 de Maio, já não estava.
Não faço ideia do que lhe possa ter acontecido. Faleceu? Foi levado pelas autoridades para algum lar? Para o hospital? Alguém sabe alguma coisa?
Decerto que a sua condição era chocante e se justificava, há longo tempo, o seu amparo por uma entidade competente, mas não posso deixar de notar que essa intervenção pública, a ter acontecido, só se concretizou quando o Largo do Senado ia ser objecto de grande visibilidade mediática (e de uma grande enchente de turistas), por via da passagem do símbolo olímpico. Afinal, o facho não chegou a percorrer aquele ex-libris da cidade, mas o homenzinho eclipsou-se, aparentemente, de vez.
Actualização em 20 de Maio: segundo o blogue Bairro do Oriente, o vetusto indigente está de regresso ao seu poiso habitual. É caso, então, para se perguntar: como é que uma pessoa naquele estado de absoluta degradação consegue desaparecer completamente por três semanas e regressar depois à "base"? Teremos que chamar os agentes especiais Dana Scully e Fox Mulder, dos X Files, para resolverem este insondável mistério?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Já tinha deixado uma posta sobre o assunto há dois anos, no anterior blogue. Seja onde for que o senhor foi parar, o mais incrível foi o tempo em que demoraram a aperceber-se daquela triste realidade mesmo no centro histórico de Macau. Agora está muito melhor, sem dúvida, mas ainda se consegue sentir um pouco do cheiro.
Abraço e parabéns pelo artigo de hoje.
Obrigado e um abraço.
Enviar um comentário